PAZ E BEM
Por que celebrar São Francisco? Por que venerar este santo? Não seria bem melhor anunciar Jesus Cristo e seu Evangelho?
O culto aos santos é bíblico. Já no Antigo Testamento as pessoas que se destacaram na sua fidelidade a Deus e a seu projeto são destacadas. Assim, Abraão, Moisés, Isaías, Jeremias, etc. Todas estas pessoas têm uma veneração da parte do Povo de Deus (Hb 11,1ss). Jesus Também se referia a Abraão, a Moisés, etc. Estas pessoas eram lembradas não como divinda-des, mas como fiéis colaboradoras do projeto de Deus.
Em At 1,6-8 o Ressuscitado diz para a comunidade reunida: "Recebereis o Espírito Santo e sereis minhas testemunhas até os confins do mundo". Em outras palavras, a Igreja recebe o Espírito Santo, mas precisa também do testemunho dos cristãos e das cristãs.
Com base nesta doutrina, desde os primeiros tempos do cristianismo as pessoas que se des-tacaram no testemunho foram veneradas. Assim tempos a pessoa de Santo Estêvão (At 6 e 7), a pessoa de São Pedro (At 1-5), a pessoa de São Paulo (At 13,1ss). Todas estas pessoas e tantas outras deram testemunho do evangelho e do Reino de Deus. Por isto mesmo seu testemunho foi motivo de orgulho para a Igreja e ela divulgava estes testemunhos para que todos se encorajassem e também se dispusessem a viver na fidelidade.
Nos primeiros séculos do criastianismo, quando o Império Romano perseguia o cristianismo, muitas pessoas apostatavam, traíam a sua fé para se verem livres das perseguições. Outras pessoas, no entanto, preferiam derramar seu sangue pela causa de Jesus Cristo e do Reino. Assim temos os exemplos de Santa Cecília, Santa Inês, São Sebastião, etc. Sempre que al-gum irmão ou irmã derramava seu sangue em fidelidade, a Igreja o canonizava para que todos vissem seu exemplo, sua intrepidez e vendo isto, se animassem em reacender a chama da fé e do testemunho. Assim, o exemplo dos santos servia de contágio para tantos pusilânimes. Vendo a disposição dos mártires, os tíbios se animavam e seguiam até o fim. O testemunho dos mártires é vitamina na vida das comunidades de fé.
No fim do século XII e início do século XIII um jovem de Assis se converteu a Jesus com uma radicalidade tal que todos e todas queriam imitar-lhe as virtudes. O jovem Francisco, depois de uma juventude um tanto vaidosa, entendeu que só Deus é absoluto e que tudo o mais é relativo. Ele viveu isto com tal radicalidade que chegou a se esvaziar de tudo, até de sua roupa e de sua família. Viveu como o mais pobre de Assis. Dando a Deus o seu devido lugar, deu também o verdadeiro lugar às criaturas. Tudo para ele era digno no seu devido lugar.
Passaram-se mais de 800 anos e, assim como outrora o exemplo dos santos homens e mulheres do Antigo Testamento, o testemunho dos mártires do Novo Testamento, assim o testemunho de Francisco é fonte de inspiração para milhões de homens e mulheres, no mundo todo. Hoje, pessoas de diversas religiões se inspiram no testemunho deste jovem para viver um ideal de fidelidade a Deus e ao reino.
Nós, membros da grande família franciscana, estamos em festa. Francisco nos ensina que só Deus é absoluto e que tudo o mais é relativo. Francisco nos ensina a quebrar os ídolos de nosso tempo que, tantas vezes se aninham em nossos corações e tomam oo lugar de Deus. Olhando para o Pobre de Assis, sentimo-nos contagiados a seguir seu exemplo. Sem Francis-co, a Igreja toda seria muito mais pobre. Que o exemplo deste homem nos anime a transformar o mundo.
Frei Bruno Glaab
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