quinta-feira, 20 de dezembro de 2012




Fonte IHU
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A terceira ''religião'' do mundo

Se a religião é realmente o ópio dos povos, perdemos esta também, já que o culto em ascensão no mundo leva o nome de ateísmo. Sim, um em cada seis pessoas sobre a Terra é sem Deus: ou ao menos não acredita no Deus de uma Igreja particular. E a Igreja dos sem fé já é a terceira da aldeia global.

A reportagem é de Angelo Aquaro e publicada no jornal La Repubblica, 19-12-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

A primeira é a dos cristãos: 2,2 bilhões de pessoas. A segunda é uma mesquita: os muçulmanos são 1,6 bilhão. Ao terceiro lugar do pódio, portanto, sobem os não crentes: 1,1 bilhão.

O que acontece? Depois de conhecer uma sociedade sem pais, como haviam profetizado os sociólogos há 60 anos, decidimos também aposentar o Pai Eterno?

Na verdade, o quadro oferecido pelos pesquisadores do Pew, o instituto de pesquisas mais prestigiado dos Estados Unidos, é um pouco mais complexo, assim como demanda o assunto. Tanto é que a definição que os estudiosos propõem para os ateus do Terceiro Milênio é a mais flexível: unaffiliated, que poderia ser traduzida como não adeptos, aqueles justamente que não participam ativamente em um culto. Uma não Igreja muito mais do que variada.

"Os não adeptos incluem os ateus, os agnósticos e aqueles que não se identificam com nenhuma religião particular", lê-se nas 81 páginas dessa The Global Religious Landscape. Mas os autores do relatório logo se adiantam: para unir também as mãos desses bem-aventurados não adeptos. Muitos deles, de fato, "têm alguma forma de crença religiosa". O que isso significa? Que, "por exemplo, a fé em Deus ou em um poder qualquer é compartilhado por 7% dos chineses, por 30% dos franceses e por 68% dos norte-americanos", sempre na categoria "unaffiliated".

E mais: "Alguns deles participam de algum modo de certas práticas religiosas. Por exemplo, 7% na França e 27% nos Estados Unidos revelam presenciar um serviço religioso ao menos uma vez por ano". Isso naturalmente não basta para considerá-los crentes: muitas vezes, por exemplo, a participação está ligada a ritos também civis, como casamentos e funerais. Ou ao menos aquele sentimento que muito raramente os leva à igreja, à mesquita, à sinagoga, ou também ao menos aquilo que é classificado mais como busca do espírito do que sentido religioso propriamente dito.

Obviamente, as curiosidades não faltam. Ainda com relação aos não adeptos, trata-se de 16% da população mundial: a mesma porcentagem dos católicos. Três quartos vivem na Ásia: segue a Europa (12%, 134,8 milhões), a América do Norte (5%, 59,04 milhões) e o resto. Entre as grandes religiões, os hindus seguem o cristianismo e o Islã com 1 bilhão de fiéis; os budistas com meio bilhão; e os judeus, com 12 milhões. A religião do amanhã parece ser o Islã: os muçulmanos têm a média de idade mais jovem, 23 anos; judeus e budistas, a mais alta, 36.

No total, os crentes são 84% da população mundial: calculada em 2010, ano da pesquisa, 5,8 bilhões.

O professor Conrad Hackett, um dos pilares do estudo, disse ao New York Times que "é a primeira vez que os números se baseiam em uma pesquisa analisada de modo rigoroso e científico": 2.500 fontes em 232 países. Pode ser. No entanto, olhando bem, falta uma seita: com 1,01 bilhão, aquele ópio da web chamado Facebook já não superou os amigos hindus?

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